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sábado, 22 de maio de 2010

É POESIA?

Não há motivo aparente
Para o fastio desses dias
Que nem vem poesia chocha
Um verbo de todo insosso
Nem assim se pronuncia

E o amigo otimista
Ainda me diz que posso
Quem sabe parir um fluxo
De capricho sorridente
Quem sabe eu não exorcize
Razão do semblante murcho
E acorde todo contente

Vê bem essa rima manca
Envergonhada de si
Quase pedindo desculpas
Pelo seu quase existir

Mas pelo avesso do verso
Varo madrugada fria
Mando o fastio para os quintos
e mais tranqüilo me sinto
Pra inaugurar outro dia

signos conjugais

PASSOS
NO COMPASSO
E NO ENTANTO
UM ERRO CRASSO
GROSSEIRO FAZ-SE
O DESCOMPASSO

aspas

abre aspas!
diga-me quem és
atrás dessas lentes espelhadas
impávida gôndola boiando na cena
inscrita na paisagem, quase-letárgica.

...pelo menos me sobes a saia, e me mordes a nuca
e esperneias antes do coito na borda do caiaque

na próxima cena, mornas teus orgulhos nessa lente besta
mostras-me o umbigo sem franzir a testa,
e gemes como fêmea, pálida ninfeta!

mas não dissimules como falsa puta
não te finjas santa, disso eu tô careca...
...e feches tuas aspas!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

FRAGMENTO INÚTIL DE ASSÉDIO POÉTICO




(...) Jeito não há, de certeza,

sobre como romper essa película invisível

que fecha nosso corpo-casulo!

qualquer coisa que trisca, trinca, ou quase!



e mesmo assim há dias em que a gente o aranha,

estremece dentro, rói as unhas, rasga o verbo!

e há aqueles em que a gente tenta achar um tom,

uma afinação, massagem musical nos finos pelos

até que o corpo rompe o selo, se arregala, se arreganha

ganha ritmo até que alguma coisa saia - ou entre!

e dance com a língua quente, no ventre,

chiando na brasa do corpo ardente!


zunido no juízo: viiiiiixxxe!!!
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