Pesquisar este blog

terça-feira, 9 de novembro de 2010

FIO DE ALUCINAÇÃO

Hoje te encontrei de vestido vermelho. Num fleche rápido de minha imaginação, cujo fluxo me escapou, você me ofereceu a boa. Não fez biquinho – que isto é uma forma de dissimulação! Ao contrário, a escancarou em risos, desses cujos olhos vêm junto e à frente – mas não se semicerram em piscos, tremelicados, que isso soa como enganação. Pelo contrário, desses que entram na gente sem piscar e se demoram em seu profundo envio de sins. Até que enfim!

Hoje quem piscou fui eu, vacilando entre os olhos e a boca, sem saber onde fixar minha resposta. E, derrepente, a cena se esvaiu, fluxo ingrato que esvaneceu antes que eu soubesse o gosto. Antes que eu provasse o vermelho pasto, posto em minha lenta imaginação. Tudo e nada! Platonismo em forma de alucinação.

Não é a primeira vez que você vem, como um fio de quase nada a se perder no cosmo escuro. Fio cuja ponta, fina e frágil, ainda seguro.